terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Por Que Deixei de Cantar

Ando gemendo e chorando
e vendo a hora cair
o povo de mim fugir
e a canalha mangando
e eu tremendo e tombando
sem maleta e sem sacola
estou hoje nesta bitola
por não ter outro recurso
carrego a bengala a pulso
não posso andar com viola.

Com a matéria abatida
eu de muito longe venho
com este espinhoso lenho
tombando na ,minha vida
tenho a lembrança esquecida
uma rouquice ruim
a vida quase no fim
a cabeça meio tonta
quem for moço tome conta
cantar não é mais para  mim.

Já pelo peso de oitenta
e uma das primaveeas
dezesseis lustro oito eras
esta carga me atormenta
o corpo não se sustenta
quando anda cambaleia
cantador de cara feia
se eu for lhe assistir
por isso deixei de ir
para cantoria alheia.

Esses oitenta degraus
que comecei de subir
foi só para distinguir
quais são s bons e os maus
por cima de pedra e pau
tive atos de bravura
hoje só tenho amargura
tormenta, dor e cansaço
passando de passo a passo
pra cima da sepultura.

Existe uma corriola
de sujeito vagabundo
que anda solto no mundo
pelintra e muito gabola
compra logo uma vilola
da frente toda enfeitada
só canta coisa emprestada
dizendo por onde anda
que topa toda parada.
E por ver em certos meios
gente cantado iê -iê-iê
arrumar dois LPs
tudo versos alheios
eu estou de saco cheio
de não poder tolerar
a muita gente escutar
dizer viva e bater palma
e isto me doer a alma
por isso deixei de cantar.

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